Intervenção de 2,5 km visa modernizar a infraestrutura do transporte coletivo, aumentar a segurança e melhorar a paisagem urbana na Zona Sul, com conclusão prevista em 12 meses
ALEXANDRE PELEGI
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (SIURB), autorizou a contratação da Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S.A., atualmente ENEL, para realizar o enterramento das redes aéreas de energia elétrica e telecomunicações no âmbito do Projeto de Requalificação do Corredor Interlagos.
O despacho foi publicado nesta segunda-feira, 1º de setembro de 2025, no Diário Oficial da Cidade, e expõe que o contrato contempla um trecho de cerca de 2.560 metros entre a Avenida Atlântica e a Praça Enzo Ferrari, com valor total de R$ 13.907.104,82 e prazo de execução de 12 meses. A autorização já havia sido emitida em 29 de junho de 2025.
As obras de modernização do Corredor Interlagos começaram em maio de 2025 pela SPObras e abrangem 9,1 km entre as avenidas Washington Luís e Atlântica. O investimento total estimado é de R$ 100 milhões, com prazo de cerca de 14 meses. A expectativa é beneficiar aproximadamente 230 mil passageiros por dia, oferecendo maior segurança, fluidez e conforto no transporte coletivo.
O pacote de obras prevê, além do enterramento de fios, pavimento rígido na faixa de ônibus, reforço e ampliação da drenagem viária, modernização da sinalização, acessibilidade nas paradas, urbanização de passeios com rampas e pisos táteis, intervenções paisagísticas e modernização da iluminação pública.
Benefícios do enterramento
A intervenção é considerada estratégica por liberar os passeios, eliminar postes e facilitar a acessibilidade, ao mesmo tempo em que amplia a segurança de pedestres e motoristas. O enterramento reduz riscos de acidentes com fiação, evita quedas de árvores sobre os cabos e protege a rede contra tempestades e ventos fortes. Também diminui interrupções no fornecimento de energia e serviços de telecomunicação, combate furtos e vandalismo, melhora a estética urbana e contribui diretamente para a valorização imobiliária das áreas beneficiadas.
Esse tipo de solução é cada vez mais adotado em grandes metrópoles do mundo. Cidades como Paris, Londres e Nova Iorque vêm há décadas priorizando o enterramento de redes em áreas centrais, tanto para aumentar a confiabilidade dos serviços quanto para preservar a paisagem urbana.
Em Santiago do Chile e Bogotá, processos semelhantes também foram incorporados a projetos de requalificação de corredores de transporte. Em cidades brasileiras, no entanto, a prática ainda ocorre de forma localizada, concentrando-se em projetos de infraestrutura viária de maior impacto, como os corredores de ônibus.
Projetos semelhantes em outros corredores da capital
Não é a primeira vez que a Prefeitura contrata a Enel para enterramento de fiação em corredores de ônibus. Em julho de 2025, foi firmado um novo contrato para o Corredor Amador Bueno, na Zona Leste, no valor de R$ 18 milhões, cobrindo um trecho de 2,4 km entre as ruas Mandu e Embira. O projeto somou-se a outro já assinado em 2024, de R$ 16,9 milhões, referente ao trecho anterior entre a Praça Dona Micaela e a Rua Mandu.
Também em outubro de 2024, foi firmado contrato no valor de R$ 16,6 milhões para o Corredor Itapecerica, na Zona Sul, contemplando desde a Estrada de Itapecerica, próximo ao Terminal Capelinha, até a Rua Amâncio Pedro Oliveira, junto ao Hospital Campo Limpo. Nesses casos, além da fiação enterrada, houve remoção de postes, recuperação do pavimento e implantação de novas paradas acessíveis.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes
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